Poemas de Nicolas Behr

 

 

Por Nicolas Behr*

Traducción del portugués al español por Marco Antonio Bojorquez Martínez

Curador de la muestra Fabrício Marques

Crédito de la foto Roberto Castello

 

 

Poemas de Nicolas Behr

 

 

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hablar de ti

sin exponerte

 

desnudarte

sin quitar tu ropa

 

hacerte sonreír

con un poema

sin precisar

escribirlo

xxxxxxxxxxxxxxx

abandóname

 

te imploro

te pido

suplico

 

abandóname

 

que yo quiero sufrir

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

LUJURIA

sobre las sábanas

 

desnuda

desnuda

desnuda

 

pero usa aretes

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

EL ESPANTO

 

delante de la belleza

de las formas de tu cuerpo

las curvas creadas por niemeyer

son ángulos rectos

 

 

 

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

niki, ven para la cama

 

no puedo

 

estoy escribiendo

un poema erótico

para ti

 

 

 

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LO QUE QUIERE ALCINA 

 

no quiere poema

 

quiere atención

cariño

amor

abrazo

beso

amor

sexo

 

en ese orden

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

las letras desean

y así las palabras se atraen

para formar el cuerpo del poema

 

que desea otros poemas

para formar el cuerpo del libro

(libro bueno para sacar)

 

los libros se desean para formar

bibliotecas que son cuerpos inmensos

que cargan tantos deseos

y por eso se incendian tan fácilmente

 

 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

VISIÓN DEL PARAÍSO

 

¿no puedo?

tú ves tanto

 

ver es tocar

con los ojos

 

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VOYEUR DOMÉSTICO

 

¡alcina, manda nudes!

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

 

 

 

 

VENTAJA

 

aprendí con alcina   

que casarte

es parar de sufrir solo

para sufrir juntos

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

 

 

 

te deseo, dije  

 

¿aún?

 

cada vez más,

responde el tempo

 

cada vez mejor,

completa el amor

– entrometiéndose en la conversación –

 

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

finalmente te perdí

y la reconquista

se inicia

 

el territorio es el cuerpo

el enemigo la brutalidad 

(alcina un día me dice:

¡yo no soy sólo agujeros!)

 

mis armas

siempre fallan

en los campos de batalla

del alma

 

avanzo pero abrazo el vacío

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¿PARA QUE POESÍA?

 

si al final

ella no se entrega

 

si no abre

la sonrisa

 

si ella se guarda

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

no escribe más 

yo te amo y tal cosa

 

es lindo

¡aunque es cliché!

 

haz un poema difícil para mí                                                                               

 

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XXXXXXXX

 

AUTOBIOGRÁFICO

 

alcina cuida de la casa

el poeta piensa en el destino

 

ella hace cuentas

yo hago de cuenta

 

ella entre notas fiscales

yo entre efusiones verbales

 

¿pagar el boleto

o protestar el soneto?

 

 

 

alcina en el supermercado

escoge el poeta

del superego en pedazos

 

alcina resuelve el problema

el poeta reescribe el poema

 

poesía primero

dinero después

 

yo y alcina

catando letritas

(¿o serían moneditas?)

en el frijol* con arroz

*[nota del traductor: feijão no puede ser ni más ni menos hermosa que el vocablo frijol, en este poema el sonido/ão/  tiene una fonosemántica de ‘catar letritas’ y era importante anotarlo con respecto al español, frijol me parece muy criollo].

 

 

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PRUEBA DE AMOR

 

¿si todo es química

que es lo que restó al amor?

 

estudiar química

 

L + C

A= ——-

I – N x A

 

por mis cálculos

nuestro amor es posible

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

reafirmo

mi amor por ti

 

pero sin besos

 

besos tornarían

este poema inútil

 

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El poeta Nicolas Behr mimeografeando sus poemas en su juventud.

 

ANTIMUSA

 

escriba

no me muestre

nunca publique

 

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(poemas en su idioma original, portugués)

 

 

Poemas do Nicolas Behr

xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

falar de ti

sem te expor

 

te despir

sem tirar tua roupa

 

te fazer sorrir

com um poema

sem precisar

escrevê-lo

xxxxxxxxxxxxxxx

me abandone

 

te imploro

te peço

suplico

 

me abandone

 

que eu quero sofrer

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

LUXÚRIA

 

sobre os lençóis

 

nua

nua

nua

 

mas usa brincos

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

O ESPANTO

 

diante da beleza

das formas do teu corpo

as curvas criadas por niemeyer

são ângulos retos

 

 

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

niki, vem pra cama

 

não posso

 

estou escrevendo

um poema erótico

pra você

 

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

O QUE QUER ALCINA 

 

não quer poema

 

quer atenção

 

carinho

amor

abraço

beijo

amor

sexo

 

nessa ordem

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

as letras desejam

e assim as palavras se atraem

para formar o corpo do poema

 

que deseja outros poemas

para formar o corpo do livro

(livro é bom de pegar)

 

os livros se desejam para formar

bibliotecas que são corpos imensos

que carregam tantos desejos

e por isso se incendeiam tão facilmente

 

 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

VISÃO DO PARAISO

 

não posso?

você olha demais

 

ver é tocar

com os olhos

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

 

 

 

VOYEUR DOMÉSTICO

 

alcina, manda nudes!

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

 

VANTAGEM

 

aprendi com alcina   

que casar

é parar de sofrer sozinho

para sofrer junto

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

te desejo, eu disse  

 

 

 

 

ainda?

 

cada vez mais,

responde o tempo

 

cada vez melhor,

completa o amor

– se intrometendo na  conversa –

 

 

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

finalmente te perdi

e a reconquista

se inicia

 

o território é o seu corpo

o inimigo a brutalidade 

(alcina um dia me disse:

eu não sou só buracos!)

 

minhas armas

sempre falham

nos campos de batalha

da alma

 

avanço mas abraço o vazio

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El poeta Nicolas Behr.
Crédito de la foto: Flickr

 

PRA QUE POESIA?

 

se no final

ela não se entrega

 

se não abre

o sorriso

 

se ela se guarda

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

não escreve mais 

eu te amo coisa e tal

 

é lindo

mas é clichê!

 

faz um poema difícil pra mim                                                                              

 

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

 

 

XXXXXXXX

 

AUTOBIOGRÁFICO

 

alcina cuida da casa

o poeta pensa no acaso

 

ela faz contas

eu faço de conta

 

ela entre notas fiscais

eu entre efusões verbais

 

pagar o boleto

ou protestar o soneto?

 

 

 

alcina no supermercado

escolhe o poeta

do superego fatiado

 

alcina resolve o problema

o poeta reescreve o poema

 

poesia primeiro

dinheiro depois

 

eu e alcina

catando letrinhas

(ou seriam moedinhas?)

no feijão com arroz

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

PROVA DE AMOR

 

se tudo é química

o que restou ao amor?

 

estudar química

 

L + C

A= ——-

I – N x A

 

pelos meus cálculos

nosso amor é possível

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

reafirmo

o meu amor por ti

 

mas sem beijos

 

beijos tornariam

este poema inútil

 

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

ANTIMUSA

 

escreva

não me mostre

nunca publique

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

 

 

 

*(Cuiabá-Brasil, 1958). Poeta. Pseudónimo de Nikolaus von Behr. Reside desde 1974 en Brasília (Brasil). Su primer librito, mimeografado, se publicó em 1977. Iogurte con Farinha fue su best seller, después vendió cerca de 8000 ejemplares de mano en mano. Se desempeñó como redactor publicitário. Participo del movimento ecológico y fundo varias ONG’s ambientalistas em los años 80. Su libro Laranja Seleta – poesia escolhida – 1977-2007, fue finalista del Premio Portugal Telecom de Literatura (2008) y, em 2015, el Instituto de las Letras de la Universidad de Brasilia creó el Premio Nicolas Behr de Literatura. En la actualidad, se dedica profesionalmente a un vivero de plantas. Contactos: paubrasilia@paubrasilia.com.br / www.nicolasbehr.com.br

 

 

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*(Cuiabá-Brasil, 1958). Poeta. Pseudónimo do Nikolaus von Behr. Está desde 1974 em Brasília. Seu primeiro livrinho, mimeografado, é de 1977, o Iogurte com Farinha, seu “best seller”, pois vendeu cerca de 8.000 exemplares de mão-em-mão. Foi redator publicitário. Participou do movimento ecológico, tendo fundado várias ONGs ambientalistas no DF nos anos 80. Seu livro Laranja Seleta –poesia escolhida – 1977-2007 – lançado pela Língua Geral, foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura (2008). Em 2015 o Instituto de Letras da Universidade de Brasília instituiu o “Prêmio Nicolas Behr de Literatura”. Sua obra tem sido objeto de dissertações de mestrado e documentários. Casado, três filhos, se dedica profissionalmente a  um viveiro de plantas. Adora Brasília.

 

 

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